Herica Brum - assinatura e performance contratual

Assinar o contrato, apesar de ser uma fase de extrema relevância, é só o começo da relação. Acreditar que este documento, por si só, assegurará bons resultados é uma armadilha muito perigosa. Pois o verdadeiro diferencial está na maturidade do processo de gestão em todas as áreas (e etapas) responsáveis pela contratação.

Por isso, afirmo, sem dúvidas, que a gestão de contratos não pode ser vista como um rito burocrático, mas sim como uma estratégia viva, interdependente e alinhada ao contexto da empresa.

E quando falamos de serviços, onde há terceiros, há ainda mais riscos, mas que podem ser mitigados por intermédio de robustos processos de gestão atrelados à tecnologia de ponta.

Mas afinal, o que é maturidade de gestão?
No meu olhar, é o grau de estruturação, integração e consistência dos processos.

É a capacidade de evoluir, ainda que aos poucos, da gestão reativa para a preditiva; da cobrança pontual para a geração de valor; da execução isolada para a construção em rede.

Algumas práticas que ao meu ver tangibilizam isso:

Matriz de Responsabilidades e alçadas bem definidas para tomada de decisões com foco na performance contratual;

Engajamento das partes relacionadas;

Seleção e homologação de fornecedores por categoria: fornecedores mais alinhados significam riscos contratuais reduzidos;

Matriz de risco: rupturas previstas não viram crises;

Cultura de parceria: confiança, transparência, integridade e soluções ágeis (equipes multidisciplinares com autonomia fazem muita diferença nesta estrutura);

Indicadores aderentes desde a fase de mobilização: o que não é medido não é gerido, mas o indicador deve ser sempre realista e aderente a jornada proposta;

Um erro frequente é cobrar resultados imediatos de um novo contrato, ignorando o tempo de adaptação necessário. O início de uma relação contratual exige alinhamento cultural, onboarding, construção de processos e expectativas claras.

Maturidade não é consequência, é escolha que se busca dia após dia. No fim, os resultados que você colherá serão, certamente, proporcionais à maturidade que você cultivou no decorrer da relação.

Com isso, deixo uma reflexão, o seu contrato entrega pouco ou seu processo ainda não está pronto para extrair o melhor dele?

E mais: você consegue medir os indicadores e monitorar as cláusulas que foram brilhantemente escritas?

Se eu pudesse te dar uma dica, recomendaria que ao definir ‘o quê’ no contrato, refletisse (sempre) sobre ‘como’ aquilo será realizado e ‘em qual cultura’ irá acontecer. Essa reflexão será essencial para não transformar um escopo claro em uma entrega impossível de acompanhar, ou em um custo (pago) sem a real garantia de que o valor foi entregue durante a materialização do contrato.

Gerente de Qualidade de Processos, Governança e Soluções Jurídica na Atlas Inovações uma empresa de tecnologia para contratação de serviços, gestão de contratos e terceiros.
Sólido conhecimento em advocacia preventiva, gestão de contratos, fornecedores, terceiros, riscos legais, penalidades e bonificações contratuais.
Advogada com 21 anos de experiência, pós-graduada em direito público, direito do trabalho, com MBA em gestão de negócios.
Experiência no setor elétrico, telecomunicações e infraestrutura digital.
Atuação nacional e internacional.
Coautora do Livro Mulheres em Compras, O Poder de uma História. Ed. Leader.
Mentora de carreira com experiência em programas internacionais e nacionais, como CO-EMPRENDE (Chile), FIESP e CAFÉ COM COMPRADOR (Brasil)

Gerente de Qualidade de Processos, Governança e Soluções Jurídicas

na Atlas Inovações uma empresa de tecnologia para contratação de serviços, gestão de contratos e terceiros.

Apaixonada pela formação de equipes de alta performance, atuo como mentora e professora, realizando treinamentos in company, palestras e cursos. Além do conteúdo técnico, enfatizo a importância dos relacionamentos interpessoais, do engajamento das partes envolvidas e da governança.

O que existe entre a assinatura e a performance contratual

entre em contato